sábado, 18 de junho de 2011

Velhice...

Vejo minhas memórias sendo escritas em meu corpo
Sinto as palavras formando minhas curvas
Seus acentos tomando minhas rugas
Me vestindo com uma palavreada pele
Escuto os estalos da alma se abrindo
Adaptando novas cenas nessa biografia elástica
Proteção de epiderme, contenção de derme
Tanto pouco falha e sempre incompleta
Já me enxergo turva e mal adaptada
Como as folhas de outono caídas no chão
Arrastadas pelo vento sempre p\ mais distante
Temendo ver seus escritos despedaçados
Corpo seco, caindo de pedaço em pedaço
Junto com as folhas e palavras carregadas pela minha velhice
Coberta de historias, palavras e passageiros

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