
Em frente ao mar, atrás de um rio, em baixo da lua, dentro do meu corpo e presa ao chão. Presa, sem poder fugir da chuva que molha minha pele simulando as lágrimas que sentem preguiça de saltar em queda livre até a maçã do meu rosto. A grama verde pinica meus pés descalços, e o meu desejo era que as pequeninas folhas pudessem se mexer para fazer cócegas, e quem sabe forçar uma gargalhada a sair desse meu corpo preso.
E dentro desse quadro descrito anteriormente vejo certa melancolia e solidão. Carência talvez, aparentemente carência, carência com certeza.
Uma palavra inerente a todos os seres, inclusive eu. Queria muito ser auto-suficiente, mas não sou. Que inveja eu tenho das plantas, verdes autotróficas e fotossintéticas, não precisam de ninguém p\ cuidar delas, ou dar carinho. Mas essa será sempre a minha sina ser esse monte de células, não evoluído e dependente de meus semelhantes.
Jheu Fonseca